A empresa Nubank demitiu 12 funcionários na sexta-feira (7 de novembro de 2025) após uma reunião interna tensa em que a empresa anunciou a transição do home office para o modelo híbrido. O episódio gerou reação rápida do Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região, que acusou a empresa de retaliar trabalhadores que se manifestaram criticamente sobre a nova política.
O que motivou o desligamento
Durante a reunião, que contou com cerca de 7 mil dos 9,500 funcionários da empresa, a direção da Nubank apresentou o cronograma para mudança do regime de trabalho. A partir de 1º de julho de 2026, cerca de 70% dos colaboradores deverão comparecer ao escritório dois dias por semana, com essa exigência ampliada para três dias semanais a partir de 1º de janeiro de 2027.
Segundo a empresa, alguns funcionários reagiram de forma ofensiva e desrespeitosa durante a videoconferência, incluindo uso de linguajar agressivo no chat. A empresa afirma que as demissões se deram por “desrespeito e violações de conduta” analisadas pelo seu Comitê de Conduta.
Sindicato questiona e exige transparência
O sindicato representa que não reconhece os alegados comportamentos como justificativa única para as demissões e solicita que a empresa convoque uma reunião para esclarecimentos. Em nota, a presidente da entidade declarou que “mudanças que impactam a vida de milhares de pessoas exigem transparência, diálogo e previsibilidade” e que “não será aceita retaliação contra a manifestação dos trabalhadores”.
A entidade também pediu a suspensão imediata dos desligamentos enquanto a investigação se desenvolve, questionando se a ação não configura punição por opinião durante o encontro com a direção do Nubank.
Impactos e desafios para a fintech
A decisão da Nubank ocorre num momento crítico para o setor de fintechs, que busca equilibrar flexibilidade, eficiência e cultura organizacional após a era do home office. A mudança também reflete o desafio de manter uma cultura corporativa forte em formato híbrido, especialmente em empresas com equipes distribuídas geograficamente.
Especialistas afirmam que a gestão de trabalhadores de fora dos grandes centros urbanos — que reclamam sobre deslocamento e infraestrutura — pode se tornar um ponto de tensão adicional.
O que vem a seguir
- A Nubank informou que abrirá espaço para manifestações, mas reafirma que “não tolera desrespeito e violações de conduta”.
- O sindicato prepara plenária virtual dia 12/11 com trabalhadores da fintech e acompanhamento de perto da situação.
- O mercado observará com atenção se outras empresas do setor seguirão esse mesmo caminho ou recuarão diante da repercussão.


