
Se a internet de hoje já é um campo minado de desinformação e manipulação, o que esperar em 2035? Com a evolução da inteligência artificial e a explosão de dados, estamos à beira de um colapso digital.
Ainda não há uma governança séria para a internet. Se nada for feito, seremos reféns de quem controla algoritmos e molda realidades conforme seus interesses. Redes sociais não são a internet são plataformas privadas que lucram com o caos e a polarização.
A verdade virou algoritmo. Deepfakes, IA e bots já manipulam eleições, mercados e opiniões. Em dez anos, essa influência será ainda mais sofisticada e invisível. A questão não é a tecnologia, mas quem a controla. A União Europeia já avança na regulação da IA, enquanto muitos países ignoram o problema.
A hiperconectividade tornou a privacidade uma ilusão. Nossos dados, emoções e decisões são explorados por sistemas invisíveis. O desafio não é apenas regular a internet, mas definir quem e como fará isso, sem abrir espaço para autoritarismo ou monopólios digitais.
O maior erro desse debate é confundir internet com redes sociais. Plataformas como Facebook, Instagram, TikTok e X não são a internet são negócios que lucram com a polarização. As redes priorizam engajamento acima da verdade, reforçando bolhas de desinformação e distorcendo a percepção da realidade.
A IA pode ser uma ferramenta para inovação e progresso, mas também a maior máquina de manipulação da história. Corporações e grupos políticos já usam IA para fabricar verdades alternativas e influenciar eleições e mercados. Sem regras claras, quem garante que essa tecnologia não será usada para distorcer a realidade em larga escala?
A regulamentação das mídias digitais é urgente. Todos os setores essenciais têm regras claras por que a internet ainda não? Sem regulação, desinformação e manipulação continuarão sendo armas nas mãos de poucos. Regular não é censura, é garantir transparência e equilíbrio.
Se não agirmos agora, a internet de 2035 será irreconhecível. A verdade será apenas um ativo manipulado por quem detém o poder digital. Vamos continuar assistindo a isso passivamente?
