Nos últimos meses, tivemos o privilégio de analisar dezenas de projetos desenvolvidos por estudantes da FIAP no âmbito do Challenge Osten Games. A proposta é desafiadora: em apenas quatro meses, criar um protótipo jogável a partir de uma ideia original, lidando com as limitações típicas do desenvolvimento de jogos no início de carreira.

O que encontramos:

Pontos Fortes:

Criatividade e inovação: Muitos projetos apresentaram ideias ousadas e conceitos que poderiam se destacar no mercado, como Deck-builders ambientados na cultura hip-hop ou arena battlers com arenas vivas e dinâmicas.

Narrativas maduras: Alguns trabalhos exploraram temas profundos, como transtornos psicológicos (Hostages) e relações familiares (Medieval World), mostrando uma maturidade acima da média para projetos acadêmicos.

Boa definição de público-alvo: A maioria das propostas trouxe uma visão clara de quem seriam seus jogadores, alinhando gameplay e estética de forma coerente.

Escolha técnica acertada: Em geral, as tecnologias propostas (Unity, Unreal Engine, 2D pixel art, entre outras) estão bem adequadas para estudantes e para o escopo de um protótipo rápido.

Pontos Fracos:

Escopo excessivo: Em vários casos, a ambição superou o tempo disponível. Jogos que incluíam sistemas de blockchain, fusão de armas, complexas árvores de habilidades ou mundo semiaberto teriam dificuldade para entregar um MVP funcional em apenas 4 meses.

Falta de priorização: Muitos projetos tentaram abraçar todas as ideias possíveis sem um claro “core gameplay” mínimo validado, o que aumenta o risco de não conseguirem concluir a entrega.

Desafios técnicos subestimados: Implementar sistemas multiplayer, proceduralidade avançada ou integração de marketplaces são tarefas complexas que exigem muito mais experiência prática do que o projeto inicialmente considerava.

Expectativas da parceria com a FIAP

Esta colaboração com a FIAP vai muito além de avaliar projetos. Ela é uma oportunidade real de formar novas gerações de talentos para o mercado de jogos, que não apenas dominem a técnica, mas também entendam a importância do foco, escopo, consistência narrativa e viabilidade de produto.

O que esperamos desta parceria:

• Ajudar os estudantes a transformar boas ideias em jogos viáveis.

• Ensinar visão de produto e entendimento de mercado, essenciais para quem deseja empreender ou entrar em grandes estúdios.
• Aproximar ainda mais o meio acadêmico da realidade de produção da indústria de games.
• Inspirar os alunos a continuarem evoluindo seus projetos após o Challenge, transformando protótipos em jogos completos e lançáveis.

Estamos muito animados com o que vimos até agora — e certos de que, com orientação e foco, esses projetos podem gerar ótimos frutos para o mercado de jogos nacional.

Parabéns a todos os envolvidos. Este é só o começo.

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