
Você sabe o que faz um Engenheiro de Dados?
Se você está lendo isso no Santo Tech, é provável que já tenha ouvido falar em dados, inteligência artificial, ou até em termos como Big Data, BI e machine learning.
Mas o que poucos percebem é que, antes do dado virar gráfico ou inteligência artificial, ele precisa passar por um longo processo de extração, limpeza, transformação, validação, armazenamento e entrega.
E quem faz tudo isso acontecer nos bastidores é o Engenheiro de Dados.
Se a IA é o cérebro das empresas modernas, a Engenharia de Dados é o sistema circulatório.
Linha do Tempo da Engenharia de Dados
Anos 60–80: O nascimento dos bancos de dados
- Surgem os primeiros bancos relacionais (como o IBM System R e depois o Oracle).
- Dados eram gerenciados por DBAs e mainframes, com foco puramente operacional.
Anos 80–90: A era dos sistemas OLAP e Data Warehouses
- Bill Inmon e Ralph Kimball definem os conceitos de Data Warehousing.
- ETL vira prática comum: Extrair, Transformar e Carregar dados para uso analítico.
- Profissionais começam a montar os primeiros “pipelines manuais”.
Anos 2000: Business Intelligence e expansão do SQL
- Crescimento de ferramentas como Microsoft SQL Server, Pentaho e Cognos.
- BI tradicional ganha espaço, mas Engenharia de Dados ainda era papel híbrido (DBA + dev).
- A web começa a gerar grandes volumes de dados, pressionando infraestruturas.
2010 em diante: Big Data e o salto de complexidade
- Hadoop, Spark, Kafka e NoSQL explodem com o volume e variedade de dados.
- Surge o termo “Data Engineer”, com papel especializado em pipelines modernos.
- Início da separação clara entre Engenharia, Ciência e Análise de Dados.
2020+: Stack moderna, real-time, cloud e IA
- Plataformas como Snowflake, Google BigQuery, Databricks, dbt e Microsoft Fabric ganham força.
- Engenharia se torna peça-chave na entrega de valor com IA e analytics.
- Conceitos como DataOps, MLOps, Lakehouse e Data Mesh se tornam realidade.
De braço técnico a pilar estratégico: a evolução da Engenharia de Dados
A Engenharia de Dados não nasceu como uma área separada.
Na verdade, por muito tempo, ela foi um apêndice do mundo dev.
No início, desenvolvedores e DBAs acumulavam todas as funções ligadas ao ciclo de dados:
desde criar o banco relacional, até escrever scripts para mover, transformar ou exportar arquivos.
A lógica era simples: se tem dados e precisa automatizar, chama o dev.
Mas conforme as empresas passaram a lidar com grandes volumes de dados, múltiplas fontes, integrações em tempo real e pressão por decisões rápidas, o modelo que funcionava no Excel e no batch começou a quebrar.
A virada veio com a entrada do dado no centro do negócio.
Quando o dado passou a direcionar decisões, produtos, estratégias e marketing, a empresa percebeu:
não dava mais para tratar a engenharia de dados como algo improvisado ou secundário.
Era preciso:
- Garantir que o dado estivesse limpo, confiável e auditável;
- Criar pipelines que resistissem à escala e à mudança constante;
- Automatizar processos com observabilidade, versionamento e governança;
- Trabalhar com arquiteturas mais complexas (Data Lake, Lakehouse, Mesh…).
E foi aí que a Engenharia de Dados se consolidou como uma área autônoma e estratégica — com stack própria, profissionais dedicados e papel decisivo na transformação digital.
Hoje, o Engenheiro de Dados não é só quem escreve código.
É quem constrói a ponte entre o negócio e a inteligência real.
Não basta ter dados.
É preciso torná-los utilizáveis.
E essa é uma responsabilidade que só um engenheiro preparado consegue assumir.
Por que esse papel se tornou tão relevante agora?
Durante muito tempo, os dados eram tratados como subprodutos.
Eles existiam, estavam lá, mas não eram prioridade.
A área de análise liderava as conversas. Os dashboards brilhavam nas apresentações. Mas nos bastidores, tudo era frágil:
- Pipelines quebravam sem avisar;
- Relatórios atrasavam por dados errados;
- A confiança no dado era baixa, e o retrabalho, alto.
Só que esse cenário não se sustenta mais.
Hoje, dados são ativos estratégicos.
Segundo a McKinsey & Company, 92% das empresas querem se tornar “data-driven”, mas apenas 23% conseguem realmente usar dados em escala para tomada de decisão.
A Gartner já alerta: “má qualidade de dados pode custar até 20% da receita de uma empresa.”
E em um relatório recente da MIT Technology Review, vemos que engenharia de dados é uma das funções mais requisitadas na construção de sistemas de IA confiáveis.
O hype da IA escancarou a importância da Engenharia
Desde o boom de ferramentas como ChatGPT, Copilot e Midjourney, todo mundo fala em inteligência artificial.
Mas a pergunta que poucos fazem é: “De onde vêm os dados que alimentam esses modelos?”
A IA é faminta. Ela precisa de dados limpos, bem estruturados, organizados por assunto, com governança clara e histórico confiável.
Sem engenharia, a IA vira um castelo de areia.
Com engenharia, ela se torna uma ponte sólida para o futuro.
E é nesse ponto que o Engenheiro de Dados deixou de ser coadjuvante para se tornar protagonista da transformação digital.
O que faz um Engenheiro de Dados hoje?
- Constrói pipelines automatizados para ingestão e transformação de dados (usando ferramentas como Apache Airflow, Dataflow, Spark, Fabric, dbt, etc.);
- Desenha arquiteturas modernas (como Lakehouse, Mesh e Data Fabric) que suportam dados em volume e variedade crescente;
- Garante a qualidade e confiabilidade dos dados, com versionamento, logs, auditoria, testes e monitoramento contínuo;
- Trabalha em parceria com analistas, cientistas de dados, equipes de BI, segurança e produtos.
Quer aprender mais sobre Engenharia de Dados? Aqui vão recomendações sérias (sem promessas mágicas):
Livros
- Fundamentos de Dados – Joe Reis & Matt Housley
- Decifrando Arquiteturas de Dados – James Serra
Cursos
Minha trajetória: da prática à metodologia
Trabalhei em projetos com impacto financeiro real — como economias de mais de R$ 1 milhão por mês em iniciativas públicas.
Orquestrei pipelines robustos com Airbyte, APIs, SQL Server, DuckDB, Power BI, Streamlit e Fabric.
Mas percebi que saber fazer não é suficiente.
É preciso estrutura, clareza e método.
Por isso criei o Método D.A.D.O.S., que forma profissionais com base em 5 pilares:
- Descoberta: Clareza antes da ação.
- Aplicação: Projetos reais valem mais que 10 cursos.
- Diferenciação: Não basta ser bom. Tem que ser visto.
- Oportunidade: Oportunidades certas exigem posicionamento certo.
- Solidez: Crescimento com consistência, não com modinha.
Quer se aprofundar nisso com uma comunidade real, sem papo furado?
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Conclusão
O futuro é de quem entende que o dado não é um número: é um ativo.
E o Engenheiro de Dados é o profissional que torna esse ativo utilizável, confiável e estratégico.
Se você quer seguir nesse caminho, não precisa de mágica.
Precisa de método, propósito e prática.
E é isso que construí com o que vivi:
Autoridade em dados se conquista com entrega. Não com hype.