O agronegócio brasileiro sempre teve papel central na economia, na geração de empregos e na segurança alimentar. Ao longo dos anos, o setor mostrou capacidade de adaptação, inovação e crescimento. Hoje, no entanto, um novo desafio se impõe: produzir com eficiência, responsabilidade ambiental e visão financeira de longo prazo.
Nesse contexto, a pegada de carbono deixa de ser apenas uma pauta ambiental e passa a ser um indicador estratégico de gestão. Ela representa a quantidade de gases de efeito estufa emitidos direta ou indiretamente pelas atividades produtivas e, cada vez mais, influencia decisões de mercado,
acesso a crédito, exportações e investimentos.
O agro no centro do debate climático
Muito se fala sobre o impacto ambiental do agronegócio, mas pouco se discute sobre o seu potencial como parte da solução. Práticas como manejo adequado do solo, uso eficiente de insumos, tecnologias de precisão, integração lavoura-pecuária-floresta e redução de desperdícios têm impacto direto na diminuição das emissões e no aumento da produtividade.
Quando a pegada de carbono é medida e gerida, o produtor passa a ter dados concretos para tomar decisões melhores, reduzir riscos e melhorar seus resultados econômicos.
Pegada de carbono também é uma decisão financeira
Aqui entra um ponto fundamental: finanças sustentáveis. Instituições financeiras, investidores e mercados internacionais estão cada vez mais atentos aos critérios ambientais, sociais e de governança (ESG). Negócios que demonstram controle de seus impactos ambientais tendem a ter mais facilidade
no acesso a crédito, melhores condições de financiamento e maior valorização no mercado.
Reduzir emissões não significa apenas cuidar do meio ambiente. Significa também reduzir custos operacionais, otimizar recursos, melhorar a eficiência produtiva e fortalecer a imagem do negócio frente a clientes e parceiros.
Sustentabilidade como estratégia, não como custo
Ainda existe a percepção de que sustentabilidade é sinônimo de aumento de custos. Na prática, ela está diretamente ligada à boa gestão. Sustentabilidade começa no controle, na medição e no planejamento. Quando o produtor ou a empresa rural entende seus números — ambientais e financeiros — passa a
enxergar oportunidades onde antes via apenas obrigações.
O futuro do agronegócio passa pela integração entre produção, gestão e responsabilidade. E esse futuro já começou. Nesta coluna, vamos tratar desses temas de forma clara, prática e aplicada à realidade do campo e dos negócios, mostrando que é possível alinhar produtividade, rentabilidade e sustentabilidade.


