
A criatividade não é só uma linguagem — é uma força econômica. Segundo a UNESCO, a economia criativa é uma das áreas que mais cresce no mundo, movimentando mais de 2 trilhões de dólares por ano e gerando cerca de 50 milhões de empregos. Mas não estamos falando de cifras apenas — estamos falando de culturas, territórios, saberes e possibilidades de futuro.
A economia criativa é composta por negócios que têm na cultura, na arte, na comunicação e no patrimônio imaterial a sua matéria-prima. Mas é também sobre design, tecnologia, inovação e impacto social. Por isso, ela é uma aliada estratégica dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), pois atua diretamente na promoção do trabalho decente, da educação de qualidade, da igualdade de gênero e da inclusão econômica.
No Brasil, criatividade é potência econômica e social
De acordo com o Sebrae, o setor da economia criativa no Brasil representa 3,11% do PIB nacional e emprega mais de 7,4 milhões de pessoas. É um campo fértil para empreendedores que querem unir propósito, cultura e inovação. E, mais do que isso, é uma forma de garantir que os saberes locais — especialmente os do Norte e Nordeste — ganhem protagonismo e não desapareçam sob a lógica homogênea do mercado tradicional.
É nesse movimento que nasce a RBCC – Rede Brasileira de Cidades Criativas, que articula iniciativas em todo o país para fortalecer os territórios criativos e construir políticas públicas, programas de incentivo e conexões que acelerem quem cria com identidade.
Nordeste Criativo: o Brasil que pulsa do seu próprio jeito
O Nordeste tem ganhado espaço no mapa da economia criativa por sua capacidade única de unir tradição, diversidade e inovação. Com uma cultura viva e expressiva, as cidades nordestinas vêm se organizando para mostrar que desenvolvimento e ancestralidade caminham juntos.
Na Paraíba, temos duas cidades reconhecidas pela UNESCO como Cidades Criativas: Campina Grande, pela categoria de Artes Midiáticas, e João Pessoa, em Artesanato. Isso significa que já fomos reconhecidos internacionalmente como território onde cultura, criatividade e desenvolvimento caminham lado a lado.
Campina feita à mão, com cabeça e coração
O projeto Campina Feita à Mão, promovido pela Prefeitura Municipal de Campina Grande, é um exemplo da força criativa local. Ele valoriza o fazer artesanal, promove a identidade dos nossos criadores e insere os artesãos em um ciclo produtivo com mais visibilidade e renda. Não é apenas artesanato — é tecnologia ancestral.
No Parque do Povo, berço do Maior São João do Mundo, a economia criativa também ganha voz em iniciativas como o podcast Economia Criativa em Rede, que aproxima a população do conceito e amplia o entendimento sobre a importância desse setor para o desenvolvimento regional.
FLIC, Labor Educacional e a potência da palavra escrita
Na área da literatura, Campina Grande vive um momento de efervescência criativa com a FLIC – Feira Literária Internacional de Campina Grande, que não apenas promove o livro, mas o transforma em ferramenta de inclusão e transformação.
Em 2024, por meio da parceria entre FLIC, Labor Educacional e o Vento Nordeste Hub, mais de 160 crianças de escolas públicas da cidade viraram autoras publicadas. E em 2025, esse número chegará a quase 900. A Experaí Editora tem orgulho de ser a responsável por tornar esses sonhos realidade, publicando cada livro com afeto, cuidado e compromisso com a educação criativa.
No Palco da Inovação: preparando criadores para o futuro
Com o objetivo de ampliar essas transformações, estamos lançando em breve o programa No Palco da Inovação — uma pré-aceleração voltada a empreendedores da economia criativa que desejam estruturar, validar e lançar seus negócios com impacto cultural e inovação.
A iniciativa é uma realização da Experaí Criativa, Hub Conexões Criativas, RBCC e E.InovCG, unindo forças para formar novos criadores e criadoras que pensem seus negócios de forma sustentável, conectada com os ODS e com as realidades dos seus territórios.
Será um programa que une ferramentas práticas, escuta afetiva e conexões estratégicas. Porque sabemos: não basta ter uma boa ideia — é preciso saber como lançá-la ao mundo com coragem, rede e clareza.
Economia Criativa é desenvolvimento com identidade
O que todos esses projetos e experiências nos mostram é que inovação não é só um salto tecnológico — é, antes de tudo, um salto de consciência. A economia criativa não resolve todos os problemas de uma cidade. Mas ela gera sentido, pertencimento, autoestima e oportunidade.
E é por isso que o trabalho que fazemos na Experaí Criativa, no Hub Conexões Criativas e na Experaí Editora é, acima de tudo, um ato de construção de futuro.
Porque a criatividade é nossa linguagem.
E o impacto, nosso compromisso.
📌 “Na economia criativa, ninguém cresce sozinho. A gente cresce em rede, em roda e em conexão com o que pulsa no território.”
— Julianna Dutra
