
Nos últimos anos, o mundo tem presenciado uma transformação radical no mercado de trabalho. Enquanto países como a China aceleram a automação e a adoção de robôs humanoides, cresce também o número de jovens que não estudam, não trabalham e nem procuram emprego. Essa interseção de tendências está moldando uma nova realidade econômica e social que precisa ser analisada.
A China, que já domina setores como veículos elétricos e produção industrial, agora lidera a corrida pelos robôs humanoides. O número de robôs em atividade no país é 12 vezes maior do que se previa, consolidando-se como a maior revolução industrial desde a automação das fábricas no século passado. Empresas estão substituindo mão de obra humana por robôs para reduzir custos e aumentar a eficiência, enquanto setores como logística e serviços já contam com máquinas executando tarefas antes feitas por humanos. O governo chinês incentiva essa transformação com investimentos estratégicos, garantindo que essa transição aconteça rapidamente.
Ao mesmo tempo, a Geração Z tem demonstrado menor interesse pelo trabalho formal. Muitos não enxergam sentido nos empregos tradicionais e buscam alternativas que ofereçam mais qualidade de vida. No Brasil, cerca de 5,4 milhões de jovens não estudam, não trabalham e nem procuram emprego, e esse número continua crescendo. A desistência voluntária de empregos tornou-se uma tendência impulsionada por um modelo de vida que prioriza liberdade e menor compromisso com o mercado.
Com menos jovens buscando empregos e mais empresas automatizando processos, governos optam por aumentar programas assistencialistas para manter a estabilidade social. Mas essa abordagem gera um efeito colateral perigoso. Quando menos pessoas trabalham, há menor arrecadação de impostos, aumentando a dependência de benefícios estatais. Além disso, empresas que enfrentam dificuldades para contratar acabam investindo ainda mais na automação, acelerando um ciclo de substituição da mão de obra humana.
O que estamos vivenciando hoje não é uma crise passageira, mas sim uma mudança estrutural. Se os robôs estão assumindo grande parte das funções produtivas, quais serão as oportunidades para os trabalhadores humanos? O crescimento do assistencialismo será sustentável a longo prazo? A Geração Z conseguirá se adaptar a um mundo onde a automação é predominante?
Estamos no meio de uma grande transição econômica e social. Quem compreender essa transformação e se preparar para ela terá mais chances de prosperar. A adaptação será essencial para evitar a obsolescência em um cenário onde as máquinas continuam a evoluir e a ocupar espaços que antes eram exclusivos dos humanos.